Mendoza - Roteiro de 4 dias para curtir e relaxar


Mendoza, sem dúvidas, foi o ponto alto da viagem que fizemos a partir de Santiago até Buenos Aires. A cidade parece que se preparou inteira para fazer o turista relaxar, curtir e praticar esportes pouco usuais. 

A cidade de Mendoza, que é a capital da província de mesmo nome, fica ali, nas bordas das Cordilheiras dos Andes. Famosa pela qualidade e produção de vinhos, principalmente o Malbec, a cidade possui quase tudo o que se pede de uma região ecoturística: bons hotéis, restaurantes, centro de compras, ampla oferta de passeios turístico que inclui vinícolas, paisagens exuberantes e esportes radicias.


As ruas da cidade são extremamente arborizadas

Chegamos a Mendoza vindos de ônibus a partir de Santiago (vide nosso post sobre isto aqui). a primeira impressão da cidade, em si, não é impactante, Uma rodoviária comum, e casas e prédios pequenos como muitas outras, Porém,
isso, rapidamente iria mudar.

PROBLEMA 1 - Chegamos em um domingo e nesse dia tudo fica mais difícil. Nosso primeiro problema veio do câmbio. Com duas malas cada um, não havia como chegar ao hotel, no centro da cidade, por outro meio que não fosse de táxi. Esses não aceitam tarjeta (cartão de crédito), nem Reais. Era o que tínhamos. Depois de algum tempo conversando aqui e ali, e sem contar com simpatia no balcão do órgão de turismo da cidade localizado bem no centro da rodoviária, um dos funcionários da Andesmar indicou um senhor de uma loja de celular, na própria rodoviária, que faria a troca. Como não pareceu ser um câmbio oficial, não vamos indicar o local para que não sejamos culpados por alguém perder dinheiro ao trocar por falsas notas. Acho difícil que aconteça, mas não indicaremos.

Pego o táxi, pagamos 25 Pesos Argentinos para o centro da cidade (dá uns 2 quilômetros de distância). No caminho vimos o quanto o centro é arborizado, com boas ruazinhas e oferta generosa de restaurantes. Neste momento aquela primeira impressão começa a se desfazer. Ficamos no hotel Montanha Azules, com excelente qualidade, acomodação muito boa e perto de tudo. Excelente, exceto por uma coisa...

Calle Las Heras - Centro
PROBLEMA 2 - Tivemos problemas de informações para saber onde comer. A recepcionista do primeiro dia não parecia ter boa vontade para informar, dizendo, até mesmo, que não haveria lugar perto para comer e que o restaurante do hotel só abriria as 20h. Famintos e nervosos com a informação, fomos bater pernas na cidade semi-deserta. Dois quarteirões depois tivemos um susto feliz: ali havia MacDonald´s, lanchonetes e hamburguerias abertas. Constatação: foi má vontade mesmo.

Só fizemos a troca de moedas no dia seguinte, segunda-feira. Há duas casas de câmbio com boas cotações: a Câmbio Santiago (Av San Martin, 1199) por $ 3,25 pesos 1 Real e na Câmbio Express (Calle Espejo, 58) por $ 3,40 Pesos Argentinos por 1 Real (*Valores de dezembro de 2014).

DICA 1 - Quase não há câmbio oficial em Buenos Aires. Portanto se você for pra lá depois de Mendoza, será melhor trocar em Mendoza mesmo. O câmbio é muito mais vantajoso do que na capital federal... a não ser que você arrisque a fazer no paralelo, assim, na postagem sobre Buenos Aires falaremos sobre isso.

O QUE FAZER EM 4 DIAS

DIA 1

No primeiro dia, pela manhã, nós contratamos o serviço de uma empresa de excursão chamada Geovix Excursiones, que fica na Av. las Heras no centro. A escolhemos depois de fazer uma pesquisa de preço pelo centro inteiro, além de aceitar a bendita tarjeta de crédito. 

ALERTA 1 - Pasme! Há muitos estabelecimentos que não aceitam tarjetas. Dessas que aceitam, muitas tem problemas com cartões com chip. E os que passam, pagam bem mais caro do que à vista, até 20% mais caro.

Na Geovix contratamos três passeios. Um excursão de vinho (230 Pesos), uma excursão as Altas Montanãs (460 Pesos) e um aventura de rafting (150 pesos/ pessoa). Aqui vai uma dica:

DICA 2 - Não contrate a excursão de vinhos na Geovix. Foi muito fraca.

Marcamos para as 14h. Com 40 minutos de atraso, chega o micro-ônibus para nos levar. Impacto negativo. o businho era velho e cheio de defeitos por dentro. Mas tudo é válido. Afinal, estávamos na cidade da aventura.

Uma senhora de voz gasguita, mas muito conhecedora de tudo, falava sobre a cidade com propriedade. Depois de um bom andar, fizemos nossa primeira parada na fábrica artesanal de azeite Pasrai. Lugar pequeno que produz azeitonas e fabrica azeites, óleos e cosméticos com elas. Todo processo é explicado, mas não vimos nenhum pezinho de azeite sequer. Da sala de explanação nos levaram direto pra lojinha com seus produtos, claro. É bom de se ver, mas não se perde não vendo.


Guia da Pasrai preparando a degustação de azeites

A segunda parada foi da Bodega Vistandes. O local é grande, com boas salas de visitas, incluindo degustação, vinho bom, mas parecia ainda estar sendo construída. Tenho cá minhas dúvidas se aquele vinho já está sendo comercializado.




A terceira parada foi na Vinícola Florio, Nos passaram como sendo centenária, mas não vimos movimentação alguma, muito embora fosse entressafra. Na verdade parecia apenas um pega turista. O vinho, cá pra nós, é ruim. Muito doce. A guia nos falou que vende principalmente para fábrica de sorvetes como a Freddo's. Mas para o paladar direto não caia bem.




Nos deixaram de volta no hotel e a noite, o programa foi comer um chourizo ao vinho no Restaurante Zurich na Av General las Heras.

Fim de noite, mais vinho no hotel.


DIA 2

O 2º dia da sua viagem, você pode reservar para o passeio as Altas Montanhas. Foi assim que fizemos. O passeio é de dia todo. Começa por volta da 8h e termina lá pras 17h ou mais. Prepare-se para ver uma overdose de paisagens belíssimas. E a depender da época em que você vá, a neve pode adicionar ainda mais beleza aos locais.

Vila de Uspallata


O nosso guia era excelente. Profundo conhecedor da história do Chile, sabia de cada detalhe de cada rota. Na ida, ele nos levou a um hotel com estação de ski, onde pudemos subir muuuuito naquelas cadeirinhas para o alto de uma das montanhas. Visão espetacular, pena que não havia neve.

Passamos ainda por algumas rotas históricas e findamos o passeio de ida em um restaurante no povoado de Las Cuevas, fronteira com o Chile, a 3.150 m de altitude.
Riacho criado pelo derretimento da neve nas montanha. À frente, uma pequena ponte cujo a construção não tem consenso entre historiadores, que falam desde rota inca, até comemoração da passagem do exércitos do General San Martin

Guia me explicando as versões históricas da ponte

Almoçar nele é uma boa pedida, custou por volta de 90 Pesos e com ótimo serviço dos locais. Para passear, agasalhe-se. Os ventos são de frio cortante. Um dos principais pontos turísticos das cercanias, sem dúvida, é o Cristo Redentor de Los Andes, para o qual você precisa andar e subir um bocadinho, já que fica a 700 metros acima da sua atual localidade.


Restaurante no vilarejo de Los Andes. Ventos gélidos nessa passagem
Na volta para-se na Puente del Inca, que atribui-se a uma antiga rota de passagem desta civilização. No mesmo local, há uma terma feita pelos ingleses junto com um hotel, que aproveitava as águas quentes do interior da montanha. Os britânicos atribuíam qualidades terapêuticas a elas, mas após um terremoto seguido de avalanche, o hotel foi abandonado em 1925. Contudo, suas ruínas estão lá junto com uma igreja, que foi o que sobrou após o desastre.


Puente del Inca, formação natural à esquerda, e no centro ruínas do antigo hotel inglês

Há uma feirinha muito charmosa na Puente del Inca. Os preços são bons.



A noite na cidade pede sempre um restaurante. Curta!


DIA 3

Um passeio imperdível para o 3º dia (não necessariamente nesta ordem), é passear de bike nas vinícolas. Há algumas lojas de aluguel de bike em Mendoza, mas escolhemos a Baccus Bike wine Tour que fica numa vila bem agradável, chamada Chacras de Coria. O atendimento é excelente e fica a uns 30 minutos do centro. Para chegar lá de ônibus, compra-se cartão para o ônibus e o abastece com 4 Pesos Argentinos por passagem. Contudo, pegamos um ônibus que custou $ 3,50 Pesos. Depende da linha.

O atendimento da Baccus é impecável e simpático ao extremo. As bikes ficam enfileiradas a sua escolha. Não são noooovas, mas também não são velhas. Contudo, a manutenção é excelente. Peça uma com marchas para facilitar a força que lhe faltará com algumas taças de vinho.



O preço é em média de $ 30 Arg para o dia todo do aluguel. E se caso der algum problema, ele estarão lá em uns 5 minutos para trocar ou consertar sua bike. Eles também possuem o serviço de recolhimento de vinhos. Se você comprar acima de 6 garrafas, eles os buscarão na bodega, e você o pega quando voltar a Baccus. 

Quando do aluguel, eles fornecem um mapa e já traça a melhor rota para que você visite a maior quantidade possível de bodegas e vinícolas e cuidam para que coincidam com o horário de degustação e, até, de guias em português quando disponível.

Assim, de posse do mapa e da rota, visitamos a Viamonte, a Lagarde e a premiada Alta Vista. Aí sim, vimos o que são verdadeiras bodegas e vinícolas, e não aquelas do primeiro dia de passeio.







O preço para visita com degustação varia entre $ 40 Arg e $ 50 Arg. Mas cuidado na quantidade ingerida. Em cada degustação, você bebe de duas a três taças. Eu só sei que depois da 2ª degustação, manter-se em linha pedalando na estrada foi difícil. Eu tava numa alegriaaa...

Almoce por lá mesmo. O staff da Baccus cuidará de indicar e, inclusive, de fazer reservas para você quando necessário.

Volte para o hotel. Jante em um bom restaurante e se prepare para esportes radicais do dia seguinte.


DIA 4

Esse é o dia dos esportes radicais. Começamos com um rafting numa das corredeiras das Altas Montanhas. Cedo do dia, mas sempre com atraso, o pessoal do rafting veio nos buscar. Andamos um bocadinho até chegar no local. Lá, esperamos por outras turmas que estavam chegando e assim que chegamos a uma quantidade para lotar dois botes, recebemos nossas primeiras instruções acerca de como utilizar os equipamentos. Eram instrutores jovens,simpáticos, mas bem experientes.

Os botes foram colocados nas pickups e partimos rumo ao rio. Mais instruções foram dadas a respeito de como remar, sincronização de equipe e resgate de homem ao rio. Foi muito divertido e instigante. Passamos uma hora descendo o rio, sempre com o fotógrafo a registrar os momentos em lugares estratégicos. Pense numa manhã agradável. 




Aproveite este dia para fazer uma cavalgada após o rafting. Inúmeros esportes estão disponíveis, incluindo trilhas e tirolesas. Há também um parque aquático, onde muitos se hospedam. É o Parque Aquático Cacheuta que possui águas termais. 

Fim do dia, hora de voltar ao hotel para de lá partir para a rodoviária e seguir rumo à Buenos Aires.

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Esperam que tenham gostado.

Até mais!

César William





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